segunda-feira, 21 de maio de 2012

"...já me deu tantos motivos pra te detestar"

Ano passado eu perguntei: "Quantas vezes a gente tem de quebrar a cara ou quantos foras a gente tem de tomar da mesma pessoa para entender que não, não vai rolar?" Não estou falando das paixões fugazes às quais dediquei os últimos posts, mas de quando a gente pensa que encontrou alguém com quem realmente faz sentido. O que eu aprendi é que, na maioria das vezes, a gente entende sim que não vai rolar, mas daí a deixar de gostar é outra história.

Sabe como é difícil achar alguém para gostar, caramba (comigo acontece tipo uma vez a cada década)? Sabe? É. E daí que agora eu preciso parar de gostar? Uhum. No fim das contas, cada um tem seu tempo para esquecer, que tem a ver com o tanto que a gente se entregou. Mas pensa nisso: não vale à pena perder tempo com quem não está perdendo nem um segundo pensando em você. Doeu? Que bom (e eu estou falando isso com cara de satisfação).

Desapegar exige disposição -MUITA DISPOSIÇÃO. Tem de apagar vestígios do cara, como o número do telefone e as mensagens trocadas, e deixar de obcecar (quem procura acha, acha o que não quer saber). É preciso controlar a vontade de ligar e racionalmente não pensar mais nele. Aos poucos, você colocando outras prioridades do lugar dele, mas para isso é preciso sair da zona de conforto (como é que alguém pode ficar confortável sofrendo?).

Eu diria que esse é o método homeopático de superação.

Bom mesmo é quando você pega preguiça do cara. Ai, superar é fácil e não tem volta. É um estalo. O chacoalhão que faltava. Você só precisava de mais uma demonstração do egoísmo dele. A reação a isso é ânsia, não é sofrimento. A preguiça é tanta que dá ZZZZZZ...


domingo, 15 de abril de 2012

Sério demais para levar a sério

Tá. Não existe essa de se apaixonar direito. Não existe. Existe se apaixonar e dar certo. Acontece é que quase sempre NÃO dá certo.  E é um saco, e a gente fica triste e chora. E tem todo aquele drama. E precisa de um tempo para começar de novo, para querer arriscar quebrar a cara de novo.

Não tem muito jeito não, já diria a Amy, love is a losing game. É. Então eu vou sugerir de novo para a gente se apaixonar mais, eu sei que parece contraditório, mas se em vez de apostarmos todas as nossas fichinhas em uma só pessoa, dividirmos em várias mesas, a gente não sente tanto quando perde, se diverte mais. Se ganhar, é lucro. Não dá para levar tudo a sério logo de cara, ainda mais quando estamos falando de uma coisa tão séria quanto o coração.

Se apaixonar não deve ser tão difícil, é só tirar os filtros -eles não servem para nada mesmo. "Permita-se", dizia uma amiga para mim. E ela virou tipo uma vozinha na minha cabeça. "Permita-se!". Isso de precisar proteger o coração *bocejo* está criando uma geração de frustrados, recalcados. Melhor se empolgar cinco minutos, não acha?


terça-feira, 3 de abril de 2012

Like the flame that burns the candle

Me apaixonei outro dia. Durou só um momento, mas foi um momento fabuloso. Ele não era extraordinário, mas estava lá, presente. Naqueles cinco minutos de paixão, tudo fez sentido. Todo mundo deveria se apaixonar mais, mesmo que por só um momento. Não estou falando dessas paixões arrasadoras, mas dessas quase adolescentes, que duram pouco e não deixam marcas. Aos 12 anos, fui perdidamente apaixonada por um menino do clube. Acho que ele nunca se preocupou nem eu saber meu nome e, mesmo assim, eu tinha certaza de que seria feliz para sempre com ele. *sight* Sem exigências e sem frustrações.

Envelhecer 'enchatece' (?) as pessoas. Queremos certezas. Não dá para se apaixonar aleatóriamente, é preciso justificar tudo, há uma série de requisitos que precisam ser preenchidos (cada um tem os seus, mas é fundamental fazer rir). Quando já é difícil, a gente deixa tudo ainda mais complicado. Tá, ninguém precisa planejar uma vida juntos. Não precisa planejar nada, essa é a graça. "Não é amor. É bobagem", vão dizer. Concordo, mas não exatamente essa a ideia? A gente ser um pouco leve, um pouco bobo. Sem vergonha. Lembrei daquela cena do 500 Dias, a única em que o Tom parece satisfeito:




Talvez o problema não seja se apaixonar em si, porque a gente tem esse monte de requisitos e, no fim, não escolhe muito. O problema é levar tudo a sério, querer transformar tudo em amor. Igualzinho ao Tom. Para que colocar tanta pressão? Tudo é o que tem de ser, e a gente não tem muito poder de decisão sobre isso. Não temos nenhum poder de decisão. Por que tudo tem de ser sério? Eu quero me apaixonar na fila da padaria, quero me apaixonar pelo cara que me chama para dançar, quero mudar de ideia e de gosto do sorverte, quero todas essas bobagens adolescentes que nunca me fizeram sofrer, mas me fazem dar muita risada.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O que você quer de mim?

Eu nunca levei muito a sério as teorias do livro "Ele simplesmente não está a fim de você" -o livro mesmo, não o filme. Tá, admito que muitas vezes disse essas palavras na tentativa de botar sentido na cabeça de amigas (quando não na minha). Funciona assim, resumidamente: toda vez que um cara arruma uma justificativa para não ter te ligado ou te procurado, aquilo não passa de uma desculpa. Porque se ele estivesse interessado daria uma jeito. Simplista e um pouco cruel com as mulheres.

Concordo que, quando um cara gosta de você, vai te deixar saber e vai se esforçar. Mas o livro coloca as mulheres em uma posição confortável e, ao mesmo tempo, incômoda. Veja bem, se o cara sempre vem atrás quando está interessado, então, só precisamos assistir confortavelmente da poltrona. Não precisamos nunca nos dar ao trabalho de nada. Agora isso também quer dizer praticamente nenhum cara está interessado e que não há o que fazer. Homens não se fazem de difícil. O que não desenvolve logo não vai desenvolver no longo prazo.

Disse que nunca levei o livro muito a sério (tá bom, não é um livro para se levar REALMENTE a sério) porque recentes acontecimentos me fizeram ver que há um sentido factível. Homens interessados vão atrás, descobrem seu telefone e te procuram. Não se importam se você tem um irmão ciumento, se um amigo deles também está interessado e insistem mesmo depois de tomar um não -ou dois ou três. Pra variar, não estou saindo muito do óbvio, mas entender isso é bem saudável e espero que seja útil para vocês como foi para mim. Simplista não, simples mesmo: quem quer quer, quem não quer não quer. Mas não é cruel, é prático até para mulheres.

Então você vai pode dizer: "mas ele pode falar que está interessado só para transar comigo". Todo homem quer sexo, nem todo quer só sexo. Essa é a diferença. Em geral, aqueles que querem transar e mais nada perdem o interesse na mesma velocidade com que aparecem nas nossas vidas. O jeito, talvez, seja considerar que, no começo, eles só queiram isso mesmo (e aproveitar). Ou talvez seja uma solução tão simplista e cruel. Ai, não sei...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

I have nothing to offer but blood, toil, tears, and sweat*

A Demi Moore foi pro rehab tratar de dependência química e distúrbios alimentares. Ela precisava ser mais jovem e mais magra pra ficar com o Ashton, disse. Logicamente, isso não tem nada a ver, porque, oi!, ela É a Demi Moore, as in the real Demi. Relacionamentos acabam às vezes, simples assim. Não importa se vocês ficaram juntos durante anos, meses ou semanas, nem sempre é fácil lidar com o rompimento. Nem sempre é fácil e, às vezes, a gente não sabe mesmo.

O sofrer de amor é real. Tão real quanto qualquer dor pode ser. Pode não se expressar fisicamente, mas nem por isso dói menos, pelo contrário. Sofrer de amor não é bobagem, não é romantismo barato e não deve ser tratado como tal.  Por que, então, quando você 'perde' alguém para o mundo seu sofrimento é tratado como banal? Não somos preparados para lidar com a falta, com o abandono e com a carência. E isso atrapalha sim nossa rotina, nosso trabalho. SIM. E somos obrigados a fingir que está tudo bem, pelo risco de sermos considerados 'sensíveis'. Mas ninguém acha isso quando a enxaqueca ou uma simples gripe aparecem.

Sofrer de amor não é reservado aos fracos, aos tolos. Não é um sinal de fragilidade. Quem sabe não é o contrário? É algo destinado aos bravos, aos destemidos, àqueles que se arriscam, que se jogam no incerto, aos que não pensam no sofrimento mas na mínima possibilidade do contrário.

Eu entendo a Demi Moore. Entendo que ela não consiga entender O QUE RAIOS ESTAVA ERRADO. E, pior: o amor e o fim dele não têm muita explicação. E o tempo não ensina nada, você não vai sofrer menos hoje porque já passou por isso antes. O tamanho do sofrimento muda com a intesidade do que a gente sente e viveu com aquela pessoa. Sei que a situação é um extremo e que talvez ela já precisasse de ajuda antes. Esquecer é uma tarefa difícil, que necessita ser relembrada diariamente. Espero que também sejamos capazes de lembrar que todo mundo já passou por isso ;)



*Churchill