Envelhecer 'enchatece' (?) as pessoas. Queremos certezas. Não dá para se apaixonar aleatóriamente, é preciso justificar tudo, há uma série de requisitos que precisam ser preenchidos (cada um tem os seus, mas é fundamental fazer rir). Quando já é difícil, a gente deixa tudo ainda mais complicado. Tá, ninguém precisa planejar uma vida juntos. Não precisa planejar nada, essa é a graça. "Não é amor. É bobagem", vão dizer. Concordo, mas não exatamente essa a ideia? A gente ser um pouco leve, um pouco bobo. Sem vergonha. Lembrei daquela cena do 500 Dias, a única em que o Tom parece satisfeito:
Talvez o problema não seja se apaixonar em si, porque a gente tem esse monte de requisitos e, no fim, não escolhe muito. O problema é levar tudo a sério, querer transformar tudo em amor. Igualzinho ao Tom. Para que colocar tanta pressão? Tudo é o que tem de ser, e a gente não tem muito poder de decisão sobre isso. Não temos nenhum poder de decisão. Por que tudo tem de ser sério? Eu quero me apaixonar na fila da padaria, quero me apaixonar pelo cara que me chama para dançar, quero mudar de ideia e de gosto do sorverte, quero todas essas bobagens adolescentes que nunca me fizeram sofrer, mas me fazem dar muita risada.
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