terça-feira, 3 de abril de 2012

Like the flame that burns the candle

Me apaixonei outro dia. Durou só um momento, mas foi um momento fabuloso. Ele não era extraordinário, mas estava lá, presente. Naqueles cinco minutos de paixão, tudo fez sentido. Todo mundo deveria se apaixonar mais, mesmo que por só um momento. Não estou falando dessas paixões arrasadoras, mas dessas quase adolescentes, que duram pouco e não deixam marcas. Aos 12 anos, fui perdidamente apaixonada por um menino do clube. Acho que ele nunca se preocupou nem eu saber meu nome e, mesmo assim, eu tinha certaza de que seria feliz para sempre com ele. *sight* Sem exigências e sem frustrações.

Envelhecer 'enchatece' (?) as pessoas. Queremos certezas. Não dá para se apaixonar aleatóriamente, é preciso justificar tudo, há uma série de requisitos que precisam ser preenchidos (cada um tem os seus, mas é fundamental fazer rir). Quando já é difícil, a gente deixa tudo ainda mais complicado. Tá, ninguém precisa planejar uma vida juntos. Não precisa planejar nada, essa é a graça. "Não é amor. É bobagem", vão dizer. Concordo, mas não exatamente essa a ideia? A gente ser um pouco leve, um pouco bobo. Sem vergonha. Lembrei daquela cena do 500 Dias, a única em que o Tom parece satisfeito:




Talvez o problema não seja se apaixonar em si, porque a gente tem esse monte de requisitos e, no fim, não escolhe muito. O problema é levar tudo a sério, querer transformar tudo em amor. Igualzinho ao Tom. Para que colocar tanta pressão? Tudo é o que tem de ser, e a gente não tem muito poder de decisão sobre isso. Não temos nenhum poder de decisão. Por que tudo tem de ser sério? Eu quero me apaixonar na fila da padaria, quero me apaixonar pelo cara que me chama para dançar, quero mudar de ideia e de gosto do sorverte, quero todas essas bobagens adolescentes que nunca me fizeram sofrer, mas me fazem dar muita risada.

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