segunda-feira, 21 de março de 2011

Vem com manual?

Interpretar sinais e dar indiretas é um trabalho cansativo e ingrato. Na maioria dos casos interpretamos e somos interpretados de forma errada. Seria o melhor, então, largar mão desses artifícios que usamos? Mas, daí, fazer o quê? Ficar na sua e esperar para ver o que acontece –e não acontecer nada porque você não colaborou- ou fazer o que tem vontade correndo o risco de quebrar a cara ou parecer louca(o)? Não tenho a menor ideia. Mesmo. Porque essas duas estratégias também podem ter resultados desastrosos. E você acaba, de novo, sozinha (o), sentindo-se o ser mais estúpido do planeta, do universo e adjacências...

Nem estou falando aqui de quando rola uma paixão, mas de quando tem um interesse, uma curiosidade de saber se a pessoa tem pegada ou não. Quando você gosta do outro, danou-se.
 
Tortura. Começo a achar que essa coisa de “paquera” (que aliás é uma palavra muito cafona) é ainda mais complicada de um relacionamento sério. Pelo menos um relacionamento sério, imagina-se que a outra pessoa esteja interessada em você, não? Hope so. Supostamente as regras do jogo são mais claras. Ah, talvez não.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

TV de mulherzinha

Talvez a maior parte das garotas que cresceram assistindo Dawson's Creek e comédias românticas seja uma adulta de quase 30 anos casada desde os 20 e poucos. Talvez elas  estejam concretizando as fantasias de suas brincadeiras de Barbie, tenham um marido lindo que veste bem e se chama Ken ou Bob, uma casa toda bem decorada, um conversível cor-de-rosa e lindos filhos com traços nórdicos. Ou, pelo menos, elas acham que têm até virarem as Desperate Housewives. 

Bom para elas.

Talvez elas sejam mais felizes do que aquelas que, mesmo sem perder nenhum episódio de Dawson's Creek, queriam matar o protagonista e a chata da Joey afogados no lago em Capeside. "Mal-amadas" podem dizer, uhm... Tristes, talvez. É tristes.

Essas historinhas românticas te lembram que o seu último romance foi com um cara que você conheceu em Notting Hill.... Ah, não, espera, isso é outro filme. Enfim, faz tanto tempo que você nem se lembra quando teve seu último romance. Explica como é, The Fremeny, por favor: "I stare at the television and shake my head like I’m totes making fun of it but let’s be real. I’m just rocking back and forth chewing my lip off."


E você fica se perguntando: por que raios alguém tão interessante como você está sozinha ou o que será que aquela sua ex-colega de sala esquisitinha fez para estar casada. Na etapa seguinte, teme morrer e acabar virando comida pro seu próprio gato (Four Women and a Funeral, a partir de 1min20), que vai ser sua única companhia além do vaso de cacto. Então reavalia sua vida para descobrir o que está fazendo de errado e percebe que não está fazendo nada -uhm, esse pode ser o problema. Mas Susan Miller garantiu que, com o eclipse de janeiro, o cara perfeito ia cair no seu colo... igualzinho nas comédias românticas.


Oooops. Fomos longe demais no devaneio. Respira no saquinho de pão. Ok, de volta à realidade, você se lembra que os caras não caem do céu no colo de ninguém, só no da Claudia Jimenez, da Susana Vieira e da menina esquisitinha do colégio.


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O cupido erra o alvo

Amor dói de diversas maneiras e intensidades também. Tem dor de coração partido, dor de corno, dor de fim de amor (que não é a mesma coisa que dor de coração partido), dor de cotovelo, dor de amor não correspondido. 

Se apaixonar por alguém é meio complicado. Se apaixonar não é um movimento prático como os que a gente precisa hoje em dia.  Primeiro encontrar alguém por quem se apaixonar já é difícil, pelo menos depois que você fica velha e cheia de manias. Young Love é tão mais fácil.

Daí, você se apaixonou e, por alguns instantes, seu mundo foi mais cor-de-rosa e com gostinho de algodão doce. Só por alguns instantes, porque estar apaixonado é um tormento. TOR-MEN-TO. Não existe uma lei qualquer que obrigue a pessoa a gostar de você de volta. Por mais que na sua cabecinha vocês combinem. And let me give you the heads up: as chances de a outra pessoa estar apaixonada por você é uma em, bem, uma em infinitas. Praticamente impossível.

Em algum momento, você acha que é uma boa ideia fazer papel de bobo e vomitar todos os sentimentos. Agora me explica: NAONDE isso parece ser uma boa ideia? Declaração de amor só funciona e t
ermina com um beijo apaixonado em filmes.

Ok, você tem de deixar o outro saber dos seus interesses, mas o melhor é não fazer um papel patético nesse momento e acabar de vez com qualquer chance de qualquer coisa. E acho que ninguém pensa na possibilidade de tomar um fora de porporções gigantescas enquanto prepara uma grande declaração de amor. Mais uma vez: patético só é fofo no cinema. Fora o quanto que a situação pode ser constrangedora para a outra pessoa, né? 

Engraçado. Você tá tão enlouquecidamente apaixonado pela pessoa que não pensa no que ela quer. Egoísta, né? Por isso que a gente continua quebrando a cara over and over and over again.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Bem me quer, mal me quer


O que você precisa
É de um retoque total
Vou transformar o seu rascunho
Em arte final

Você quer que eu use salto alto todos dias, que esteja sempre maquiada e com o cabelo escovado. Impecável desde a hora que acordo até dormir e acordar de novo. Quer que eu esteja sempre disponível e que te receba em casa com um copo de uísque cowboy na mão. Não quer que eu fale palavrão. Quer que seja culta, fale línguas, aramaico até, quiçá. Quer que o meu mundo gire em torno de você.

Eu quero que você esteja sempre cheiroso e que saiba se vestir. Quero que seja inteligente e que ganhe dinheiro. Que seja educado e que tenha uma família normal. Quero que goste de dançar e que ache que o meu gosto musical duvidoso me torna ainda mais interessante. Quero que você goste de mim com o cabelo molhado da chuva, descalça e sem manicure. Quero que esteja aos meus pés ou aos meus joelhos, pelo menos.


Quem a gente engana? Nem eu nem você, certamente. Você não me quer, e eu não quero. Pelo menos, não assim.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Prazer em não conhecê-lo...

"Você é diferente, é especial, única."  Ahhhhh! E ele ainda é bonitinho... Pronto. Bastam cinco minutinhos de charme e de conversa mole para se apaixonar e começar a desenhar coraçõezinhos com as iniciais de seus nomes em todo e qualquer pedaço de papel que aparece na sua frente.

O céu é mais azul; o Sol, mais brilhante; e a Lua está sempre cheia. Tudo ganha um filtro cor-de-rosa. Não precisa ser uma paixão dessas de enlouquecer -dessas de dormir, sonhar, acordar, comer, tomar banho pensando nele. Uma paixãozinha leve, mas que ao menos uma vez por dia você pense: "e se encontrá-lo?"

PARA TUDO AGORA.

Sério. Quem é esse homem pelo qual nos apaixonamos tão fácil? Você não o conhece. Ok, tem o charme, a pegada, o cheiro, blá, blá, blá... mas foram CINCO minutos. Que fossem dez minutos ou dois dias... Se ele não quiser, você não vai ficar sabendo quem ele é; ele também não está interessado em saber quem você, o interesse é outro.
 
Tá bom. Mesmo assim, coraçõezinhos continuam sendo desenhados em quaisquer pedaços de papel. Ele te engana, mente para você, inventa histórias. Pode fazer o que quiser, afinal, quem é ele? E você nem pode culpá-lo, pois, no fim das contas, não existe um relacionamento acontecendo (é, xuxu, é coisa da sua cabecinha).

Pior que se apaixonar por um total desconhecido é continuar apaixonada quando ele vira um canastrão, quando não dá mais para ignorar as falsas histórias dele. A única explicação para isso é que falta homem real e interessante nesse mundo. 
 
 
S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2