sábado, 15 de agosto de 2009

Se conselho fosse bom...

Se eu fosse sua amiga, Frank, eu daria para você os conselhos, dos mais absurdos aos mais recorrentes, que eu ouvi dos meus amigos. Eu diria para você não ficar sozinho, se embreagar, comprar alguma coisa nova, sair e beijar a pessoa mais feia da sua vida para sua sorte virar. Se você fosse mulher, também aconselharia fortemente um novo corte de cabelo e pintar as unhas dos pés de vermelho.

Eu fiz tudo isso. Fiz tudo isso repetidas vezes. Interpretei conselhos de maneiras diferentes na tentativa que algum deles funcionasse. Mas nada disso impediu que eu chorasse a falta dele quase todos os dias, impreterivelmente todos os domingos.
Foi assim um mês, dois meses, três, quatro. Um ano.
Também diria para nunca mais falar com ela, para esquecer o número do telefone, a data de aniversário, o endereço e a comida preferida. Mas a gente insiste em querer saber do outro, justifica que só quer saber se ele está bem, porque só quer o bem do outro. Mentira, a gente quer saber se ele está sofrendo tanto quanto a gente; a gente quer ter mais motivo para sofrer, para justificar a dor, que é física, e o ego ferido. Um motivo a mais para sermos vítimas.

E esse tempo gasto com a vida alheia e com o sofrimento egoísta é só perda de tempo. Não importa o que você faça, até você ser feliz de novo, a dor do coração partido vai continuar aí. Uma vez um amigo disse que nem o Wander Wildner, que é o cara mais legal do mundo (sic), consegue ser alegre o tempo inteiro.

Frank, você só vai ser feliz se viver, então. Viva, esconda a tristeza, chore no banheiro escuro, mas bote um chinelo e vá sentir o sol na sua cara, o gosto da cerveja gelada e o sabor de outra(s) pessoa(s).

Eu sempre tento e não consigo
Então as vezes quando a noite chega
Eu fico só comigo mesmo
E só me resta a saudade como companhia
Como companhia







porque eu quero saber qual é o seu sabor

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