Eu fiz tudo isso. Fiz tudo isso repetidas vezes. Interpretei conselhos de maneiras diferentes na tentativa que algum deles funcionasse. Mas nada disso impediu que eu chorasse a falta dele quase todos os dias, impreterivelmente todos os domingos. Foi assim um mês, dois meses, três, quatro. Um ano.
Também diria para nunca mais falar com ela, para esquecer o número do telefone, a data de aniversário, o endereço e a comida preferida. Mas a gente insiste em querer saber do outro, justifica que só quer saber se ele está bem, porque só quer o bem do outro. Mentira, a gente quer saber se ele está sofrendo tanto quanto a gente; a gente quer ter mais motivo para sofrer, para justificar a dor, que é física, e o ego ferido. Um motivo a mais para sermos vítimas.
E esse tempo gasto com a vida alheia e com o sofrimento egoísta é só perda de tempo. Não importa o que você faça, até você ser feliz de novo, a dor do coração partido vai continuar aí. Uma vez um amigo disse que nem o Wander Wildner, que é o cara mais legal do mundo (sic), consegue ser alegre o tempo inteiro.
Frank, você só vai ser feliz se viver, então. Viva, esconda a tristeza, chore no banheiro escuro, mas bote um chinelo e vá sentir o sol na sua cara, o gosto da cerveja gelada e o sabor de outra(s) pessoa(s).
Eu sempre tento e não consigo
Então as vezes quando a noite chega
Eu fico só comigo mesmo
E só me resta a saudade como companhia
Como companhia
Então as vezes quando a noite chega
Eu fico só comigo mesmo
E só me resta a saudade como companhia
Como companhia
porque eu quero saber qual é o seu sabor
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