segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Um Jack Black cowboy, por favor.

Mas eu prefiro o Seth Rogen, com gelo e sem barba. Antes de tudo, deixa eu explicar para você que vive em outro planeta, não assistiu Escola de Rock (é Escola DE Rock, não DO Rock) e não faz a menor ideia de quem é o Jack Black. Jack Black é o cara de quem todo mundo quer ser amigo, mas que não faz lá aquele sucesso com as mulheres. Ele é diverdito, engraçado, inteligente e gosta de você, mas he doesn't get the looks.

Uma amiga diz que a gente precisa dar uma chance pro Jack Black. E essa teoria não faz o menor sentido se você pensar em ficar com ele porque é a melhor opção disponível no momento. Ele pode ter tudo, ou quase tudo, mas esse relacionamento não vai dar certo se você ficar achando que pode conseguir outra coisa. E se você acha isso, é possível que ele pense isso também, porque você pode ser a Tina Fey dele (aquela atriz que imita da Sarah Palin e que é "dona" daquela série 30 Rock).

Isso não está indo a lugar nenhum. Steven Pinker, em Como uma Mente Funciona: Como você pode ter certeza de que um potencial parceiro não irá embora no minuto em que for racional fazê-lo - digamos quando um Príncipe Encantado ou uma Princesa mudar-se para a casa vizinha? Uma resposta é: antes de mais nada, não aceite um parceiro que quis você apenas por motivos racionais; procure alguém que se comprometa a manter o relacionamento porque você é você. O que o compromete? Uma emoção. Uma emoção que a pessoa não decidiu sentir e que, portanto, não pode decidir sentir. Uma emoção que não foi desencadeada pelo valor objetivo que você tem como parceiro e que, portanto, não será transferida para alguém com maior valor como parceiro.

Ou seja, claro que o Jack Black merece uma chance, assim como eu e a Tina Fey merecemos (por favor!), mas não quer dizer que você tem que ficar com o Jack Black quando o que você quer mesmo é o Seth Rogen (que, se você não sabe quem é o Jack Black também não vai saber quem é). Não vai dar certo. A gente tem de conhecer as pessoas por tudo que elas podem ser, mas no fundo não é a gente que escolhe, né?


(e Jack Black e Tina Fey são muito bem casados, aliás. Agora pergunte ao Jude Law, aposto que ele ainda está procurando...)

2 comentários:

  1. Muito bom, mas devo dizer que prefiro mesmo um Seth ... sempre o achei mais atraente. deve ser pela aura de nerd talvez... sei lá!
    beijos

    ResponderExcluir
  2. Tem uma má interpretação na teoria evolucionista. Os autores defendem que tais sentimentos (tanto a favor da procura, quanto a favor de manter o mesmo parceiro) tem origem por seleção.

    O seu sentimento não é traduzido racionalmente. Você não sabe que seus genes te programaram para isto. Inicialmente você tem a atração por critérios de seleção como sexuais, macho alfa, e depois pela possibilidade de mantê-lo, se sentir esta necessidade, é claro. (isto pode ser muito mal interpretado, portanto, vou montar uma observação no fim)

    O Pinker coloca que o o tal "amor" tem o poder de te deixar imune ao charme alheio. Você poderia fazer tanto o trade-off racional, quanto seu próprio corpo poderia fazê-lo automaticamente para você em forma de sentimentos. Nunca despreze o aprendizado milenar que o seu corpo guarda para você. Ele sabe se reproduzir muito melhor do que qualquer racionalização que façamos sobre nossas decisões acerca do outro sexo :)

    Observação: É complicado separar nature de nurture. A tese para isto é imensa. Por isto, qualquer comentário rápido e improvisado como eu está muito suscetível a críticas que já foram rebatidas na literatura. Em vez de recomendar mil leituras, vou colocar um resumo aqui: Tábula rasa não faz sentido. Sua configuração inicial dita todas as possibilidades que você será em vida e estas não são infinitas. Dependendo dela, você pode ser uma garota boa em diversos tipos de criação que você poderia ter com poucas exceções. Gêmeos univitelinos são diferentes pois o grupo de possibilidades ainda é muito grande, porém, você não poderia ser qualquer pessoa no mundo. O trabalho da psicologia evolutiva é primeiro mostrar que nossas emoções e cognição tem forte base biológica. Fortes evidências são a enorme integração que temos entre emoções e dores (o corpo reage apenas a estimulos visuais que dependem de seu entendimento). O social consegue distorcer isto de diversas maneiras (e DEVE.. pois nosso estado natural não é o ponto ótimo para o convívio em sociedade), porém, sempre dentro das possibilidades que nos foram moldadas e acumuladas por milênios (forças evolutivas devem permanecer constante por muitos anos para realmente consolidar uma propriedade nova a uma espécie. nós temos muito do já foi acumulado por outros mamíferos ancestrais como também da nossa própria corja de símios).

    ResponderExcluir