terça-feira, 25 de agosto de 2009

Don't let me down

No segundo ano de faculdade eu ainda acreditava que podia mudar o mundo, passava tarde inteiras nas reuniões intermináveis do C.A. que só serviam para gente decidir quando ia ser a próxima cervejada (e era hilário, porque teoricamente não se podia fazer cervejadas dentro da faculdade, e a gente tinha de entrar com as bebidas dentro da mochila, fazendo várias viagens). Ele também fazia parte do C.A., mas cursava comunicação em multimeios (nem adianta perguntar o que faz alguém quem faz comunicação em multimeios, porque eu não sei). Ele era superdescolado, black power, piercing na língua, óculos escuros, DJ.

Eu o achava um charme, e tinha comentado com as minhas amigas que ia sair com ele. Só não achei que ele fosse sair comigo. Por algum motivo que nem os deuses conseguem entender, sem que eu fizesse nada, ele me achou interessante. Acho que achava "bonitinho" (avedeus) o meu jeito de boa menina, meio nerd, meio ingênua
.

Daí que eu quase estraguei tudo, em um episódio juvenil, mas uma noite depois da aula de francês, ele ficou me esperando. Bom o resto vocês sabem, e eu não vou contar.
A verdade é que como todos os homens de 20 e poucos anos, ele queria galinhar. E eu achei que tudo bem, porque meu a gente não era nada mesmo. Mas eu surtei quando vi de dentro do ônibus (LOUCA, eu sei) ele com outra garota. Eu nunca achei que essa história fosse dar em nada, mas, sei lá, meninas acreditam em contos de fadas.

Muitos anos depois, bem saímos de novo e foi tão legal quanto antes. Mas timing nunca foi com a gente, e não era aquele o momento de novo. Estar carente como eu estava não é a melhor hora para ter um caso legal com alguém que tem outra pessoa. Porque carente a gente acha que vai se apaixonar por qualquer um que te der um abraço. Além disso, eu gosto muito dele (não nesse sentido que suas cabecinhas bestas estão pensando), mas não sei se saberia viver com os defeitos. Quem sabe daqui outros cinco anos?

E "Don't let me down" era a música que ele tocava no Juca. Não era para mim, mas toda vez que eu escuto, eu lembro dele. :)

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